sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Juno (2007)

Sem aqueles subtítulos horríveis na versão brasileira, Juno se destaca por tratar de um tema tão polêmico e pesado de forma tão leve: a gravidez na adolescência. Alguns acham esse o maior defeito do filme, mas eu discordo. Trata o aborto de um modo bem real e que eu nunca tinha visto antes.

O roteiro foi escrito pela polêmica Diablo Cody, essa aí da foto, que já foi uma prostituta. Traz a toa um ponto muito interessante na arte, que é: "Tem como gostar da obra de alguém que você não gosta??" Eu acho que sim, tem como. Não gosto do Ozzy, mas tem algumas músicas que são ótimas. Kurt Cobain era um drogado trash, mas suas músicas são fantásticas.

Músicas perfeitamente colocadas, vale muito a pena baixar ou até mesmo comprar o CD original, se conseguir achar. Kimya Dawson canta muitas músicas.

Conta a história de como Juno MacGuff (Ellen Page), desde quando sabe que fica grávida de Paulie Bleeker (Michael Cera), um "marinheiro de primeira viagem". Passa pelas sucessivas etapas de uma gravidez: Contar aos pais, fazer a ecografia, o impacto com os amigos no colégio, a modificação do corpo da gestante. Não posso contar mais para não comprometer a sua interpretação.

No elenco também estão Jason Bateman, de Hancock, Jennifer Garner, de Elektra, e J.K. Simmons, de Queime Depois de Ler. Jhon Malckovich, que também é um ator em Queime Depois de Ler, é um dos produtores. Ele também produziu O Libertino e outro filmes não tão main-stream.

Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro e indicado a melhor direção, Jason Reitman, e melhor atriz, Ellen Page, e melhor filme.

Da primeira vez que eu vi eu achei o máximo. Da segunda vez, achei meio forçado, sei lá. Foi só ver pela terceira vez que vi que não estava bem no dia mesmo. Acontece isso de vez em quando, ver o filme e não gostar, mas saber que ele é bom, por isso é bom rever um filme antes de formar uma opinião forte.

O filme, assim, mostra a realidade dos colégios públicos americanos abordando o tema do aborto como nunca: Com ótimas músicas e senso de humor. É tudo muito bem pensado e característico.


"Subjetivo, divertido e dinâmico, Juno te encanta desde a primeira cena."
NOTA:

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Onde os Fracos Não Têm Vez (2007)

O filme é uma loucura. Vi ele à meia-noite, sozinho. Estava com sono, perigando a dormir no meio do filme. Foi só dar play que, como mágica, o sono sumiu.

No Country for Old Men é o título original. Se gostei da tradução? OK, "eles" não traduzem ao pé da letra, todo mundo sabe disso, e descobri que, por causa dos direitos autorais, a tradução literal é mais cara para a distribuidora. Pensando que a maioria dos brasileiros vai ver o filme e achar fantástico, e que poucos se aprofundam (Nós dois somos desses) no enredo e nas técnicas, gostei sim da tradução. Na verdade, o nome original é melhor, tem mais a ver com a história, que é a constante mudança do Oeste texano nos anos 80, o tráfico de drogas com os mexicanos e a violência sem limites nos crimes. E não vamos reclamar de barriga cheia, afinal, em Portugal, o filme foi traduzido como "Este país não é para velhos".
Vencedor dos Oscars de melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor direção, para Joel e Ethan Coen (Fargo), e melhor ator coadjuvante, Javier Bardem. Como definir o filme?... É uma mistura de ação, suspense e terror, com um pouco de comédia e drama. Mas a melhor definição é a de Kelly Macdonald, uma das atrizes: "É um filme dos Coen. Eles são um gênero em si."


O filme conta a história de um homem que nunca teve muito dinheiro e é veterano do Vietnã, Llewelyn Moss, Josh Brolin (O Bush de W.), que encontra uma mala cheia de dinheiro.
Na sua cola está Anton Chigurh, um personagem enigmático e que não pertence àquela terra, que quer o dinheiro (Ou algo mais?). E, principalmente, conta como o xerife Ed Tom Bell, interpretado por Tommy Lee Jones, de MIB, (Que descobri ser protagonista só quando vi os extras) vê o oeste do Texas se tornar um lugar incompreensível.


Preciso mesmo te convencer que merece 5
pipocas?



Música, não há. Só alguns efeitos, além da dos créditos. O filme tem um ritmo meio lento, mas não cansativo. As coisas acontecem, e de vez em quando quando você menos imagina, o que eu adoro. A ausência de trilha sonora dá uma pincelada de realidade que pouquíssimas vezes eu experimentei no cinema.
E, como o próprio título do filme sugere, o cenário é praticamente um personagem.O espaço é funcional, não apenas decorativo.
Vi nos extras que os irmãos Coen são demais. Um completa a frase do outro, nunca brigam, entendem que todos tem seu papel fundamental no filme e te deixam seguro. Era o sonho do Javier Bardem trabalhar com eles, e acho que é também de muitos atores e técnicos.
Ah, e os extras do DVD são ótimos: Não são cansativos e tem conteúdo.


"Experimental, tenso e compenetrante, Onde os Fracos Não Têm Vez é uma obra-de-arte."
NOTA:

domingo, 7 de dezembro de 2008

Vicky Cristina Barcelona (2008)

Vi há uma semana o novo filme do Woody Allen. Que bom que eles não resolveram traduzir o título original.. Vicky Cristina Barcelona.



"Woody voltou à forma", disseram alguns críticos. Eu acredito que ele manteve a forma nos seus últimos filmes. Não acho que os últimos Scoop ou o Sonho de Cassandra sejam ruins. São apenas mais levianos, mais casuais. Já Vicky Cristina Barcelona é muito mais marcante, mais intenso.

Afinal, o filme trata sobre o amor. Na verdade o filme trata sobre como as pessoas não sabem amar. O enredo consiste na história sobre duas grandes amigas, Vicky e Cristina, que passam as férias de verão juntas na Espanha, em Barcelona. Nessas férias, acabam conhecendo Juan Antonio, Javier Bardem, um artista latin lover que tenta levá-las a uma viagem inesperada a Oviedo.

Só que o conflito surge porque as duas se interessam pelo tal Antonio, tendo cada uma um jeito de lidar com o relacionamento, com a situação, com a paixão. Tudo isso tendo como pano de fundo a romântica Espanha e uma trilha sonora recheada de violões flamencos. Adicionando visitas a pontos turísticos e uma aura dourada do sol de verão europeu, Woody realmente consegue vender a Espanha. Dá mesmo vontade de visitar.



Essa fórumula (Penélope Cruz + Scarlet Johanson) x Javier Bardén (literalmente) ficou realmente marcante. O elenco é fantástico mesmo. A atriz que representa Vicky, Rebecca Hall, está igualmente bem, com uma atuação bastante convincente.

Altamente recomendável. E, para os fãs de Woody, obrigatório.
Dica: vá no cinema bem companhado.

Nota:

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O Som Do Coração (2007)

Filme lançado no último verão, seu nome original é August Rush. Das traduções nada-a-ver-com-o-original-mas-convinventes.


Freddie Highmore, de Em Busca da Terra do Nunca, no papel principal, está brilhante, como é de se esperar, assim como Robin Williams e outros atores ótimos.
O filme foi indicado ao oscar de melhor composição original, mais do que merecido. Toda a música do filme é magnífica, o que, aliado a uma bela fotografia, faz do filme bem agradável de ser assistido. O filme encanta, inspira e te faz refletir.


Conta a história de Evan Taylor que, tendo vivido no orfanato desde o nascimento, sempre amou a música mas nunca pôde se dedicar a tocar nenhum instrumento. É quando ele chega na cidade grande que o filme começa mesmo, em encontros e desencontros: Ele procurando os pais e os pais lhe procurando, assim como um ao outro.
O filme peca só em alguns aspectos, como na defesa da tese que "Talento é tudo que se precisa para o sucesso", da qual eu discordo. E de vez em quando o filme fantasia demais.
Há casos em que a fantasia é posta de um certo jeito que faz parecer uma metáfora, como em algumas partes de Crazy, ou uma visão unicamente subjetiva da realidade, como em Juno. Em August Rush não.
O filme todo é bem real, mas há cenas exageradamente viajadas. E o final, que deixa um pouco a desejar.

Merece ser alugado, mas espere por um filme light e com uma trilha sonora perfeita.

NOTA:

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O Fim dos Tempos (2008)

O título diz tudo e não diz nada: totalmente neutro. Me fez alugar o filme, pelo menos (The Happening é o título original). Dirigido por M. Night Shyamalan, de A Vila e Sexto Sentido, para quem gosta do gênero, é genial.

A história é boa, com a maioria dos conflitos deste tipo de filme: "O que fazer com sua esposa que está do outro lado da cidade?" "Como cuidar de seu filho que está cançado e o grupo precisa andar mais depressa?" "Confiar ou não em um desconhecido que está passando pelo mesmo que você?" A causa de todo problema é muito plausível e original. Não posso falar mais nada sobre o assunto, senão já é spoiler. ;)

Mark Wahlberg, de Os Infiltrados, está ótimo no papel principal, contracenando com Zooey Claire Deschanel, que está bem fraca. Sua atuação não convence, só no final que melhora um pouquinho. Na verdade, achei que, fora Elliot Moore, personagem de Wahlberg, os outros personagens tiveram pouca profundidade. Acho que foi de propósito, numa espécie de tipificação social.

Mas o filme é mais que isso: Ele não fala apenas de estatísticas e ficção. Ao meu ver, O Fim dos Tempos fala sobre a natureza humana.Que o ser humano a princípio parece um parasita neste planeta, toma decisões egoístas e ignorantes, mas que no fundo é um animal que pensa e que ama, a ponto de arriscar a própria vida a quem ama. O filme é profundo, se ollharmos desse jeito.

NOTA:
"Plausível e instigante, O Fim dos Tempos merece ser visto."

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Orgulho e Preconceito (2005)

Optou-se por traduzir literalmente o título original "Pride & Prejudice". O filme é baseado num romance de Jane Austen (com o mesmo nome), que foi publicado em 1797, e propõe 2 adoráveis horas no sofá.

O tema principal do filme é a política casamenteira do século XVIII na Inglaterra. Com uma naturalidade de dar inveja e personagens bem desenvolvidos, o filme se passa em imensas mansões inglesas. Algumas delas funcionam hoje como moradia e como local turístico, o que foi um sério problema na filmagem do filme. Houve também alguns locais em que tiveram que construir paredes falsas para alguns cômodos, pois as originais eram de madeira e eram esculpidas em um estilo que só foi criado 100 anos depois de quando o filme se passa. Locações nota 10.


Não costumo ver romances, portanto só posso analisar o filme separadamente, sem muitas comparações. Porém, uma das que posso fazer é com Desejo e Reparação, que apresenta algumas características notáveis do diretor Joe Wright, como a fotografia espetacular, além da mesma atriz principal, Keira Knightley. As atuações e os ângulos são perfeitos. A trilha sonora original é belíssima.

Seu único defeito é que dá a sensação de ser um filme muito longo. Os fatos acontecem e o enredo se desenrola e parece que nunca vai acabar, tornando o filme um pouco chato em algumas partes. O roteiro poderia, mesmo sendo uma adaptação, tornar o ritmo do filme diferente.

"É um filme bonito e real, porém um pouco cansativo."
NOTA:

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Desejo e Reparação (2007)

A definição do Daily Mirror é a melhor: "O mais perto da perfeição possível". Não existe filme melhor que Desejo e Reparação(Atonement), apenas do mesmo nível. O filme é completo, não achei nenhum erro e se eu fosse regravá-lo, faria tudo igual.

Atonement ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora, o que foi mais que merecido. Ao mesmo tempo que o filme é agradável e lindo, ele é denso e lhe propõe diversas reflexões, especialmente sobre o sentimento de arrependimento. Aborda também a 2ª Guerra Mundial de um jeito que eu nunca vi antes: Não há cenas de combate propriamente dito.


Tomadas de 5 minutos, zooms extremos e ângulos bem posicionados, aliado a uma seleção propícia de cores e cenário extremamente rico dá a ele uma fotografia de tirar o chapéu. O roteiro é baseado em um livro de Ian McEwan, que não li. Deixo a trilha sonora como surpresa pra quem não viu, e pra quem já o assistiu, nem preciso comentar.



"Obra-Prima do cinema contemporâneo, Desejo e Reparação é inspirador, poético e subjetivo."

NOTA:

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Oscar 2007

Antes que começe a temporada de verão e os fortes candidatos para o próximo Oscar, gostaríamos de fazer uma retrospectiva do Oscar 2008. Os candidatos ao melhor filme foram:

Juno
Sangue Negro (There Will be Blood)
Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men)
Desejo e Reparação (Atonement)
Conduta de Risco (Michael Clayton)

Cinco candidatos fortíssimos, sendo Conduta de Risco um pouco abaixo dos outros. Juno é o 'azarão' da vez, sem atores conhecidos e produção independente, sem o calibre do Oscar. O ponto mais comentado foi a roteirista Diablo Cody, uma ex-prostituta com seu filme de estréia. Sangue Negro é denso, Onde os Fracos Não Tem Vez é arriscado e Atonement é poético. Na minha opinião, esses três eram os que tinham chance de verdade e qualquer que ganhasse eu concordaria.

Os indicados são de estilos diferentes, embora todos permeiem o drama, Juno puxando para a comédia e Conduta de Risco para o suspense. Nos próximos dias, postaremos críticas sobre os 5 filmes.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008)

Devo admitir que, de um filme escrito por Jeorge Lucas e dirigido por Steven Spielberg, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal deixa um pouco a desejar. Eu não vi os outros filmes, então não posso fazer comparações.

As atuações são boas, com Harrison Ford (Han Solo de Star Wars) no papel principal e John Hurt (De V de Vingança), com destaque em Cate Blanchet, como uma oficial russa paranormal. O roteiro é médio: A história não inova nada, os personagens não tem muita profundidade e os diálogos não são nada de mais. Os enigmas que aparecem no meio do filme salvam o roteiro. Mas o filme diverte.

O grande defeito do filme é que ele se perde no meio, se tornando um Sessão da Tarde, chegando a lembrar Múmia (Esse subtítulo tem alguma semelhança com "A tumba do imperador dragão" ou é só impressão?).

O filme mereçe palmas pela direção e pelos efeitos especiais, que são impressionantes. Spielberg optou por fazer um filme tradicional pelos ângulos de filmagem e pela iluminação. Ao mesmo tempo, há inconsistências no filme, como filmagens nas Cataratas do Iguaçu, sendo que o filme se passa no meio da Amazônia e cenas surreais e imaginárias, algumas até deixando o espectador meio constrangido. E há muitas piadinhas que fazem dele um filme descontraído, o que eu, particularmente, não gosto muito.


"Um filme tradicional que surpreende pelos efeitos especiais e diverte bastnate, mas se perde na fantasia."
NOTA:

domingo, 26 de outubro de 2008

C.R.A.Z.Y. (2005)

Outra segunda-feira eu e meu irmão estávamos zappeando um pouco antes de dormir. Passamos pelos Telecines até chegar no Cult. Estava passando esse filme canadense, falado em francês: C.R.A.Z.Y. - Loucos por Amor. (já falei que eu odeio esses subtítulos?)



O filme fala sobre a juventude de Zachary Beaulieu (o 2° da direita para a esquerda), um jovem que passa por diversas situações engraçadas e muito reais durante a sua juventude, adolescência e início da vida adulta. Além disso, o filme mostra um conflito interno do protagonista: a sua orientação sexual. É um tema bem pesado e complexo e o filme consegue abordá-lo de uma maneira única, sem apelação e de forma simples e divertida, em algumas partes.

Vale lembrar que o filme se passa na década de 70 e início dos anos 80. A recriação da época é fantástica, sendo a trilha sonora e a edição psicodélica os pontos altos. O diretor gastou quase metade do orçamento com os direitos das músicas que passam por Beatles, Pink Floyd e Bob Dylan.

E o elenco é ótimo! O protagonista, Marc-André Grondin, e o pai do protagonista, Michel Côté, para mim são os astros de C.R.A.Z.Y.

É um filme de família, às vezes lembrando Pequena Miss Sunshine, que consegue de maneira genial, cheia de referências, fazer um retrato super divertido da juventude. O único problema é que às vezes ele viaja demais.

NOTA:

Passe Adiante