sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Abraços Partidos (2009)

Do diretor, só vi Volver, mas muito já ouvi falar das suas tramas fortes envolvendo quase que só mulheres e do sexo explícito. Levando isso em conta, Abraços Partidos é Almodovar do início ao fim. Los Abrazos Rotos tem um trailer perfeito, como o de Volver:




O filme conta a história de um cego escritor de filmes. É sobre o filho de Ernesto, um rico e influente empresário. Penélope Cruz é Lena, maravilhosamente linda e convincente, que se vê dividida entre fazer o que ela quer e o que lhe dá estabilidade. É difícil dizer sobre o que se trata sem dar spoiler, mas, amplamente, é sobre a cegueira, o ciúmes, a hipocrisia e a dissimulação,

O filme todo te intriga, mas há uma cena mais pro fim que se destaca: é daquelas cenas eternas e mágicas que quando eu mostrar aos meus netos, eles vão entendê-la e se emocionar com ela do mesmo jeito que eu.


O filme tem um ritmo perfeito. Não que eu tenha entendido tudo - bem longe disso - mas
eu fiquei vidrado, do começo ao fim. Nos primeiros 5 minutos de filme, sexo. Sem delongas. Muito humano, meticulosamente planejado e disposto, é vanguarda e é tradição, é provocativo e aconchegante.

NOTA:

sábado, 19 de dezembro de 2009

Avatar (2009)

Finalmente, um FILME de verdade. Finalmente, uma experiência, uma mudança, uma (muitas) inovação(ões), emoções e surpresas. Sem hesitar, digo: É UMA OPRA-PRIMA de James Cameron, que fez Titanic e O Exterminador do Futuro. É Apaixonante.


Pra quem ainda não sabe, Avatar trata de quando um humano, Jake Sully, chega ao planeta Pandora, onde há uma campanha de extração de um mineral ultra-mega-valioso. Nesta terra selvagem e perigosa, vivem os Na'vi, criaturas azuis, altas e um tanto parecidas com humanas. Os avatares são como clones híbridos entre humanos e Na'vi que são comandados por humanos.


O que dizer do filme?? Poderia ser, por ter 161 minutos, um tanto cansativo, ainda mais em projeção 3-D como fomos ver meu irmão e eu. Poderia haver um ou outro personagem estereotipado; a fantasia podia ser tamanha que dificultasse a identificação com os personagens; Mas ele se supera a cada cena, desmontando qualquer possibilidade de desapontamento. Não consigo citar uma cena que eu faria diferente.

Uma ou duas vezes eu me perguntei se o próximo conflito se resolveria no filme seguinte, semelhante ao que ocorreu em Austrália, só com uma única diferença: Em Avatar, você realmente quer que o filme continue.

Sei que só daqui a dez ou vinte anos, quando veremos os efeitos especiais como ultrapassados e daremos total atenção à história, conseguiremos tirar o máximo proveito do filme e entendê-lo por completo. Transborda genialidade, dedicação e sutileza, ao mesmo tempo que nos delicia com paisagens que parecem com os nossos sonhos.

Outro aspecto que difere esta de outras obras são os temas, ao mesmo tempo próximos e profundos, como a detenção do poder, a destruição da natureza, as causas da guerra, o patriotismo, a tradição e o amor que transcende a raça.

Se você acha que sabe onde os efeitos especiais conseguem chegar, você não viu nada. Fazendo um paralelo com 2012, tenho vergonha de classificá-los como a mesma coisa: um filme. Por que são tão diferentes, na sua essência e no seu propósito, que é desconcertante postar um em seguida do outro. Avatar merece um local de mais valor: na estante de todo apreciador de cinema e na lembrança da nossa geração.

Ruim pra nós, do blog, mas bom para manter a surpresa, existem pouquíssimas fotos do filme circulando circulam na internet. Enfim, faço uma sugestão: vejam no Iguatemi: Lá tem 3-D E legendado e dá pra comprar 5 horas antes, que foi o que fizemos, e ainda poder chegar 5 minutos antes do filme começar. E tem uma pipoca nota 10!

NOTA:

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

2012 (2009)

Finalmente, uma boa tradução. Hehehe (Crítica escrita por Rodrigo)




P.S.: Almodovar não é light.



21 de dezembro: Suposto fim do mundo devido à altas atividades solares, inversão dos polos magnéticos da Terra, fim do calendário Maia, 3 eclipses simultâneos e muitos outros motivos. Todos eles interessantíssimos. Decidiram mostrar como uma família e como o governo, intercaladamente, reagem ao Fim.

O roteiro é um lixo. Não só o roteiro, mas tudo fora os SFX: Atores, personagens e diálogos. Se ao menos fossem bem separadas as cenas boas das ruins, mas não: As cenas de ação são contagiadas pelo fraco enredo. As crianças são terrivelmente mal-utilizadas, a mulher é um porre, o russo é pateticamente caricaturizado. Quem se salva é apenas Woody Harrelson (Charlie, louco radialista que avisa todos do fim dos tempos), embora o presidente, o geólogo, Jackson Curtis (o principal) estivessem boazinhas.

http://www.imdb.com/media/rm4152461568/nm0416699 - O quão bem as crianças poderiam ter sido usadas.

Já que optaram por seguir diversas tramas ao invés de apenas a principal, poderiam utilizar um recurso simples e de imenso impacto: Não dar nomes aos personagens das tramas secundárias.
Não inundaria o telecspectador de nomes inúteis e daria uma inovada. E aí fica a grande contradição do filme: O mundo acabando e todos rindo. Portanto, não leve o filme nada a sério: Piadas sobre russos a cada 10 minutos, cachorros infantilizados, merchandisings escancarados, cenas mal-acabadas.

Há inovações, sim. Uma, que não citarei para evitar spoiler. Um que me chamou atenção foi em relação ao cenário geopolítico frente a maior catástrofe natural de todos os tempos. O presidente dos EUA é negro e tem a língua presa e o da Espanha é uma mulher. Claro que ficou superficial como todo o filme, mas vale a pena citar.


Pelos magníficos trailers gerarem a expectativa de um filme sério, por ter saturado o tema de "fim do mundo" e por usar técnicas de ação da década passada: Duas!

NOTA:

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Lua Nova (2009)

Resolvi assistir Lua Nova logo. Recém vi Crepúsculo com o meu irmão e a história ainda está fresca na cabeça. Fui ver na quinta-feira à noite.


Assim como em Crepúsculo, a parte emocional do filme é superior à parte "de ação", que em Lua Nova está mais presente. Mesmo tendo trocado de Diretor (agora é Chris Weitz), a continuação tem o ritmo muito semelhante. Primeiro, uma parte emocional, tratando do romance, amores e desamores de Bella e, depois, um conflito que surge rapidamente e é resolvido mais rápido ainda. O ritmo acaba sendo muito incoerente. Tudo bem que um filme deve seguir um crescendo, mas essa mudança de ritmo chega a perturbar.

A Kristen Stewart está muito bem no papel de Bella. Gosto muito dela. Alguns poder dizer que ela estava muito enjoativa, mas isso é da personagem, que se desgasta com o sofrimento. Pra mim, ela foi a escolha certa. Já Robert Pattinson faz o Edward bizarro. Acho a atuação dele meio fraca, pra ser sincero.

Escolheram o cara para atrair guriazinhas, na minha opinião. Jacob, o lobisomem está muito bem, muito convincente. Os coadjuvastes, de maneira geral, fazer um bom trabalho.

De modo geral, Lua Nova é muito melhor do que Crepúsculo, principalmente no quesito técnico. A montagem é excelente. Outro aspecto positivo é a trilha sonora que, apesar de super comercial, é boa e combina com estilo jovem da série. Parece também que Lua Nova tem um orçamento maior. Dá pra notar pela diferença em relação aos efeitos especiais.

Dois pontos bizarros que não posso deixar de comentar:
1. O Rio de Janeiro aparece no filme. As favelas são um ótimo refúgio para os vampiros. :P
2. Aqueles fantasmas do Edward que aparecem quando Bella está em perigo são ridículos, vai dizer?

Vou dar 3 pipocas, já que não temos decimais. Se tivéssemos, eu daria 2,5 pra Crepúsculo e 3,5 para Lua Nova. Mas não temos, porque cada pontuação sugere um nível de recomendação. 3 Pipocas é "veja esse filme que vale a pena, não está perdendo seu tempo, mas também não será fantástico". Já 4 Pipocas é "é um ótimo filme que é pra ser visto no cinema, de preferência."

Enfim, vem mais 2 filmes por aí. Espero que continuem saltando em qualidade.

Nota:

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Crepúsculo (2008)

Vi, sexta-feira retrasada, na sessão das 10 do Telecine Premium, o tão-comentado Crepúsculo. Mais por curiosidade, por inércia e pra ter uma opinião. E não é que acabei gostando mesmo??



Pra começar, atores bonitos: Kristen Stewart, linda como em Into The Wild, faz a personangem principal, Bella Swan. Robert Pattinson, o galã master das garotas é Edward, o vampiro brancão sinistrão.
E os dois se apaixonam. Ele nunca se sentiu tão atraído por alguém antes - logo ele, pertencente a uma família que só se alimenta de animais. Ela, nova na cidade, repara, é claro, no gostosão que não para de ficar olhando para ela.

E há toda a ideia da filha ajeitadinha que tem de viver com pai que leva uma vida de solteirão comendo bacon todo dia, do fantástico mundo da família Cullen e da difícil relação dos dois, visto a natureza de Edward.O filme é propositalmente cinza, e ouvi dizer que não é muito fiel ao livro, de Stephenie Meyer. A continuação, New Moon, com outro diretor, ouvi falar que é bem mais fiel.

O personagem de Taylor Lautner, o Jacob, ficou um tanto etéro, ou seja, do começo ao fim, quando ele aparecia (em 2 ou três cenas), tudo que eu pensava, já que tinha visto o poster do Lua Nova, era "Esse é o cara que aparece no segundo". Podia ser usado melhor, ainda que, eu sei, é no Lua Nova que ele aparece mesmo. O filme por si clama por uma continuação: As tramas não terminam como em Narnia ou Harry Potter, mal-comparando.

Senti, na verdade, algo parecido do que quando vi Harry Potter: É uma febre. É super-jovem. E, aprovietando, acho muito bom o papel destas adaptções de obras adolescentes e do grande incentivo à leitura que elas trazem: As histórias podem não ter uma proposição tão digna quanto a de Os Lusíadas, ou amores tão intensos como os de Lucíola, mas quem as lê, gosta.


O filme alterna cenas de primazia, tanto técnica quanto emocional, com cenas passáveis, ordinárias. Num instante, ângulos ousados e ótima música. N'outro, falas mal-formuladas e atuações não-convincentes. O movimento extraordinário dos vampiros deixa um rastro trash, mas tão trash que perde toda a legitimidade da história. Pena.

Tirando essas ressalvas de porcaria, a história de amor é bem bonita, o filme é bem agradável... e só. Não te acrescenta muito, não inova em quase nada, mas vale a pena assistir. Estou bem ansioso pelo 2° filme da série (Serão 4)

NOTA:

domingo, 22 de novembro de 2009

Bastardos Inglórios (2009)

Fui finalmente ver nesse sábado a nova façanha do Tarantino: Bastardos Inglórios é simplesmente espetacular! Eu estava esperando um filme com muita violência e menos conteúdo. Me enganei no segundo item. O filme é bastante consistente e conta uma história fantástica, paralelamente ao mostrar as proezas do Bastardos.

Numa França ocupada pelos nazistas (como diz no cartaz), uma equipe especial infiltrada, formada por soldados americanos judeus de elite, tem um objetivo único: matar nazistas. Brad Pitt aparece como o tenente Aldo Raine, que coordena a equipe dos Bastardos e começa a espalhar o medo no exército alemão, principalmente pelas suas "técnicas".


Com violência e sadismo desmedido, Tarantino traz um ótimo filme que mostra um pouco das insanidades de guerra e qual é a proporção da raiva que os judeus tem dos nazistas. E de novo aparece a temática da vingança. Só que dessa vez, aparece na 2ª Guerra, dando um novo fôlego pra filmes com esse tema. Mesmo o assunto holocausto/nazistas/2ª guerra estar saturadíssimo, Tarantino consegue uma proeza fenomenal.

Tem muito de Tarantino no filme. Apelidos engraçados, interrupções biográficas aleatórias, violência pura em forma de comédia, uma estética meio HQ, muitas referências, e aquele gosto da loucura, sempre presente nas obras dele. De novo, aparecem ainda mais referências e um humor peculiar com as culturas e línguas européias.


Gostei muito das atuações do elenco, nada intuitivo e sempre escolhido a dedo pelo próprio Quentin. Brad Pitt convence mesmo com Aldo, Mélanie Laurent está linda e ótima no papel de Shosanna e Diane Kruger está duslumbrante como a atriz Bridget von Hammersmark. O coronel Landa da SS, interpretado por Christoph Waltz também está insano. A trilha sonora é bem apropriada e o filme conta com longos e tensos diálogos dos filmes mais antigos do diretor.

Talvez o final não agrade a todos, mas não se pode agradar a todos. Eu gostei e gargalhei até os créditos com uma das cenas mais sádicas que lembro ter visto.


Bastardos Inglórios é obrigatório para quem é fã de Tarantino. E, mesmo para quem não o é, eu recomendo. Pra quem não gosta de violência, vai ver uma comédia romântica.

NOTA:

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Besouro (2009)

Por causa de um erro de programação, acabei vendo Besouro antes do que outros filmes hollywoodianos que estão em cartaz por aí e que ainda não estão no blog.

Para quem não sabe, Besouro é um filme nacional dirigido por João Daniel Tikhomiroff que trata de um herói capoeirista que surgiu no Recôncavo Baiano em 1924. Manoel Henrique Pereira, o Besouro, realmente existiu e é uma lenda entre os capoeiristas, que o citam em canções até hoje. Ele foi um símbolo da luta a favor da liberação da capoeira e ficou conhecido pelo misticismo envolvendo a sua vida e morte.

O filme realmente brilha quando trata da relação de Besouro com os Orixás. O diretor arrisca muito, pois o filme é cheio de misticismo, ângulos não-convencionais, experiências extra-corpóreas, etc. Para ser um filme mainstream brasileiro (isto quer dizer, grande divulgação e patrocínio) Besouro é muito pioneiro e arriscado.



Outro ponto de ouro do filme é a participação do coreógrafo de O Tigre e o Dragão e Kill Bill, Hiuen Chiu Ku, que mistura as técnicas e movimentos do kung fu com a capoeira. As cenas de luta são espetaculares. Provavelmente, são as melhores cenas de luta do cinema nacional.



O que deixa a desejar no filme é o roteiro. Tecnicamente, o filme é realmente satisfatório e tem muita coisa de revolucionário em Besouro. A trilha sonora é divertida, com participação de Nação Zumbi e Gilberto Gil. Mas o roteiro realmente não convence. Tem algumas inconsistências, é um pouco confuso e por isso reduz a qualidade do filme. Fiquei um pouco desapontado com isso.

A relação dos negros recém-libertados da escravidão com os coronéis aparece como pano de fundo, mas não é aprofundada. Com certeza foi uma escolha do roteirista, mas não sei se foi a mais acertada.

Irei dar 4 pipocas pela ousadia.



Vale visitar o site do filme: http://www.besouroofilme.com.br/

Nota:

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Tomates Verdes e Fritos (1991)

Que filme lindo. Escrevo isto logo depois de ver o filme e, caramba, que experiência. Pela capa ("Quatro mulheres sorrindo e escrito "UM DOS FILMES MAIS TOCANTES DE TODOS OS TEMPOS", indicado a dois Oscars (roteiro adaptado e atriz coadjuvante para a velinha)), achei ser só mais um daqueles filmes que minha avó gostaria. Pior que ela gosta, e o filme é beeeem mais do que eu esperava.


Ninny Threadgoode é uma velinha de 82 anos que, ao contar, no asilo, a história de Ruth e Idgie para Evelyn, acaba por mudar drasticamente a vida da última. Evelyn é uma gorda trash com um marido que só come frango assado e vê TV. Seu casamento está por um fio, ao que ela começa a frequentar um curso para 'reavivar' o matrimônio. Completa besteira, desiste e passa a visitar a velinha frequentemente para saber mais da linda história das duas. Em plena meno-pausa, sua vida, ou a crise desta, se mescla com a bucolia de tempos passados e ideais, em tomates fritos num restaurante de beira-de-estrada, intrigas e demonstrações de afeto.

A história contada é de como Idgie, valente e teimosa e Ruth, acanhada, fazem uma forte amizade inusitada, passando por troca de cultura, relações amorosas controversas e experiências inesquecíveis.

O filme todo decorre com um tom provinciano de médio orçamento, agradável e incitante, singular. A trilha e a fotografia são ótimos, dando ao filme uma ótima base técnica. Além disto, ele fala de muito mais do que a amizade: É sobre a família, a morte, o casamento, a justiça, o sentido das histórias. Há muito conhecimento. É daqueles filmes que, depois de assistir, dá vontade de aproveitar a vida, de sair de casa e interagir.

"Towanda!"
NOTA:

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