terça-feira, 29 de setembro de 2009

A Onda (2008)

Fui domingo ver "A Onda" na sala 08 (Aquela pequena no fundo, que passa + filmes B) do Bourbon Country. Taí, mais um ótimo filme 'estrangeiro' recomendado.


Filme alemão, refilmagem de um americano de 1981, que fala de um professor que queria ensinar Anarquia, por ser um ativista desta ideologia, mas acaba dando Autocracia, ou o despotismo autoritário, a ditadura.

Para isso, decide experimentar, ao ouvir de um de seus alunos que um governo assim seria impossível na Alemanha de hoje. Cria, dentro da sala de aula, em uma semana, um grupo disciplinado em meio a desistências, repressões, ensinamentos e novos membros. Os alunos se veem fascinados pelo fascismo (Mhh, estranha coincidência...).

Existe, na verdade, mais um microcosmos da sociedade alemã de classe média-alta. O filhinho-de-papai, o gordão encrenqueiro, a estrela do esporte, o aluno exemplar, todos magnificamente convincentes. Cada um reage de um jeito peculiar, tornando o filme bastante agradável.

A câmera desliza sobre trilhos muitas vezes, fazendo o filme fluir e prender sua atenção. A música é bem jovem e pode se dizer que é um filme bonito, boa fotografia.

No final, na cena clímax do filme, acredito que Rainer Wenger, o professor, fez o papel que hoje faz Hitler: A síntese do mal absoluto, o Anti-Cristo, quando na verdade os dois foram responsáveis apenas parcialmente: Assim como na produção de um filme, o diretor é responsável por tudo, e não é culpa total dele se alguém não fizer seu trabalho direito. Assim, acredito que dentro do Nazismo, havia oficiais e militares muito mais radicais do que Hitler que, estes sim, foram mentores dos campos de concentração e tal (O que não o absolve de nada).


O filme só peca, para eu não dar 5 pipocas, no fato de que algumas cenas não foram lá tão bem utilizadas quanto poderiam ter sido desenvolvidas, e porque o filme fala tanto sobre tanta coisa, que acaba não dizendo muita coisa sobre ninguém.

NOTA:

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Um Beijo Roubado (2007)

Outro dia fiz uma janta para uns amigos aqui em casa. Queríamos ver um filme legal e achei esse DVD entre as coisas aqui em casa. Tinha sido emprestado para o meu irmão. Como a maioria não tinha visto Um Beijo Roubado, foi a escolha.



Eu tinha lido muito pouco sobre esse filme e quase tudo falava sobre o grande elenco, com vários rostos bonitos e famosos, como Norah Jones, Natalie Portman, Cat Power, Rachel Weisz... (é uma maravilha) e Jude Law, para as garotinhas. Sobre a história, eu não sabia nada.

O filme, por ser dirigido pelo diretor chinês loucão Kar Wai Wong, tem uma estética e cronologia bem peculiar. Ele usa muito um estilo de cena em câmera lenta, que dá uma noção de passagem do tempo. Quem não gosta de experimentações talvez fique um pouco enjoado com isso.



Ele conta a história de dois jovens normais, um inglês dono de um bar em Nova Iorque (Jude Law) e Elizabeth (Norah Jones), uma mulher sonhadora que recém terminou o seu relacionamento e está bem abalada com isso. Esses dois indivíduos se encontram algumas noites no bar, trocam algumas palavras e claramente rola algo entre os 2. Ela decide então partir para esquecer seu ex-amor.

Nos dois permanece uma saudade daquelas noites, mesmo que distantes. Eles trocam cartas para manter contato. Elizabeth toma seu rumo pelos EUA para mudar de vida e nessa viagem encontra vários personagens interessantes, cada um com seus próprios grandes problemas.



O que chama a atenção no filme são os diálogos e as tomadas, que geralmente vêm com se fossem de um observador. Muito diferente. Eu gostei muito do filme, pois nos faz pensar sobre como às vezes ficamos derrotados com nossos problemas e achamos que somos coitados e não merecemos isso ou aquilo. Mas, na verdade, todos nós temos nossos próprios problemas, mais ou menos complicados. Temos que aprender a lidar com tudo isso. Mas o que fica, o que realmente importa, é seguir e viver bem a vida.

Nota:

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Crash (2004)

Revi ele hoje e, finalmente, percebo o quão magnífico é. O Bruno sempre classificou-o como um de seus favoritos, mas para mim, algo ainda não fazia sentido. Agora, mais maduro, admito: Entra na minha lista de 10 filmes favoritos.

Pois bem. O filme, cujo título em português é "Crash - No limite" (Nem me incomodo mais com subtítulos desprezíveis) trata, basicamente, do preconceito. Claro que fala muito a respeito da violência, da ética, da bravura, da falta de sensibilidade e até mesmo do mal-uso do poder. Tudo em várias tramas interdependentes.


Uma delas conta sobre uma família de imigrantes persas, comumente confundidos com árabes e iraquianos, que têm sua renda baseada numa lojinha em um bairro perigoso de Los Angeles, e por isso compram uma arma. Há um casal que, após ter seu carro roubado, cai em ruínas ao que o homem só se importa com seu cargo político e ao que a mulher discrimina metade do mundo. Um dos assaltantes acredita que todos o discriminam, e há também o chaveiro, um mexicano com tatuagens que é carinhoso com sua filha; O policial que assedia uma inocente ao apalpá-la e seu marido, que nada faz além de pedir desculpas.

E por aí vai: Seria chato continuar citando os personagens e cenas: São MUITAS, o que faz de Crash um filme denso, que necessita de muita atenção mesmo que não seja rápido.

E a trilha sonora. Ah, nada como músicas ultra-oportunas (Uma delas, inclusive, do jogo "Rome - Total War", pra quem conhece) e fotografia maravilhosa. Não é à toa que venceu o Oscar de Melhor FIlme Edição e Roteiro ORIGINAL em 2005, por Robert Moresco e Paul Haggis, além de ter ganho outros 42 prêmios e concorrer a mais 66. Este tal de Paul Haggis também escreveu - pasmem - Menina de Ouro, Cartas a Iwo Jima, A Conquista da Honra, 007 Cassino Royale e 007 Quantum of Solace. Ah, e foi ele que dirigiu Crash também.

E é nesse ponto que explicito uma opinião minha: Sou a favor daquela greve que os roteiristas fizeram no começo do ano passado. Eu sei que milhares de dólares foram perdidos, eu sei que com isso a 4ª temporada do Lost teve só 16 episódios, mas os roteiristas DEVEM ser mais reconhecidos, tanto financeira quanto popularmente. Pô, você já ouviu falar deste Paul Haggis? Pois é, eu também não, e acabo de descobrir que o cara é um fucking-genius.

Bom, todos devem assistir este épico que, sobretudo, trata das relações humanas e o quão complexas e ambíguas podem ser. Tudo depende de um referencial, e não cabe a ninguém julgar nem ser julgado.

NOTA:

Passe Adiante