segunda-feira, 19 de julho de 2010

Elefante (2003)

Vá preparado para assistir à visão de Gus Van Sant sobre a tragédia de Columbine (ainda que em nenhum momento do filme se diga o nome da escola onde este se passa).
Os personagens são estupidamente reais: identifiquei-me com pelo menos um traço de cada um. Partindo de um episódio batido e gasto, diversas reflexões podem ser feitas não só sobre a juventude de alta classe americana, mas sobre os atuais modos de fazer escola, sobre o bullying, sobre a adolescência, sobre, enfim, quase tudo que acontece no meu mundo.

A potência das cenas, a sensibilidade das músicas - Beethoven mais de uma vez - , a repetição de cenas... Gus tem tudo pra se tornar meu ídolo. Não podia ser diferente: Elephant trata, sobretudo, da diversidade. O diretor - homossexual - consegue abordar os problemas desta fase conturbada com uma naturalidade especial. Sem moralismos e sem preconceitos.


É tão bom exatamente porque é tão autoral: dá pra sentir que todos os apectos técnicos interagem em sintonia. O filme todo tem uma vibração clara e madura. É Gus Van Sant, portanto espere cenas longas - algumas vezes acho que ele até força a barra no timing. Tirando fora esses exageros poéticos, que dá ao espectador responsabilidade demais, é um filme de se tirar o chapéu pela abordagem inovadora e artística.

NOTA:

Passe Adiante