quarta-feira, 6 de abril de 2011

Biutiful (2010)


Nota:

terça-feira, 22 de março de 2011

A Fita Branca (2009)

Chato. Enfadonho. Massante. Entediante. Frio. Como a maioria dos filmes europeus que eu já vi, ele dá aquela impressão de que não foi feito pra mim. Parado e lento, deu sono.






Estava com altas expectativas, e o que encontrei, além de diferente, é pior do que eu esperava. Sempre ouvi muito clara
mente que o filme
tratava de "O impacto da 1 Guerra Munbdial num coral de crianças de uma cidadezinha da Alemanha". Nada a ver com isso: o filme retrata -muito bem, está certo - uma série de eventos estranhos num vilarejo da Alemanha.
Achei um tanto confuso, com personagens confundíveis e difíceis de se identificar. Parece que o filme vai passando, as coisas acontecem e nós, como espectadores, longe da realidade que está na tela.

A reconstrução de época, impecável; A utilização do preto-e-branco, bola dentro. T
odo o sentimento de culpa, recatamento, contenção das emoções e vergonha são maestralmente expostos, chegando a dar pena em muitas cenas. Mas sempre com aqueles ângulos sóbrios, a câmera parada e o silêncio nada envolvente.

Não sei se o filme não funcionou comigo, se é a maneira europeia que não me apetece ou se estava querendo algo diferente naquele momento, uma manhã de segunda. É um filme bem feito, até reconheco, mas, so far, a maior decepção do ano. Dou 3 pipocas por reconhecer que é bem feito, que tem algo aí que simplesmente não me prendeu.

NOTA:

quinta-feira, 17 de março de 2011

127 Horas (2010)


Achei, sem pestanejar, bem melhor do que Slumdog Millionaire. Vou passar a me ligar nos próximos trabalhos do Danny Boyle, já que acho que ele não fez nenhum filme fantástico anterior a esses dois (Talvez só Extermínio e Trainspotting valham a pena).

O filme é baseado na história - verídica - de um homem que fica preso num canyon nos E.U.A. por +- 5 dias. Importantíssimo lembrar que ele não exagera em nenhuma cena, nem na agonia, nem na apelação; Sim, porque é o retrato dos momentos de alucinação de um jovem à beira da morte, feitos com a mais refinada sensibilidade e com o ritmo adequado. A música é ótima, com excessão do final, que chega a quase destruir uma cena.

James Franco, (o Duende Verde) depois de Milk , aparece de novo com aquela barba super-sexy que senti falta no visual do Oscar. Quero chegar aos 33 anos como ele. *.* E o filme é Aron, seu personagem, e Aron e Aron... Esse é um daqueles filmes ótimos de se ver os extras e entender como
trabalhar com praticamente um só cenário e personagem, como James se portava com todos em volta dele intensivamente e como fizeram as vistas panorâmicas de cair o queixo.

Chorei, me contorci na cadeira, ri bastante... Com certeza vai entrar pros melhores do ano. Vá ver no cinema, onde as emoções são potencializadas.


NOTA:

terça-feira, 8 de março de 2011

Um Lugar Qualquer (2010)

Somewhere é dirigido e escrito por Sofia Coppola. Fui ver com baixíssimas expectativas, e ele só confirmou o que suspeitava: Sofia não é a minha diretora.


É a história de um ator de ação de Hollywood que passa um tempo com sua filha. É uma demonstração da rotina de um jovem rico e famoso super entediado. É um pouco da verdade por trás das câmeras. É Johnny (Stephen Dorff) tentando ser um pai decente para sua única filha, Cleo (Elle Fanning, a pequena Daisy de Benjamin Button) e ter uma vida mais "normal".

Achei muito parecido com Encontros e Desencontros, e baseado nos dois, afirmo que ela é uma diretora de que não gosto. Ou melhor, não entendo. Pra mim, são longas e cansativas cenas de pessoas solitárias, até a exaustão. O ritmo parece não transcorrer naturalmente: cada minuto exige muita atribuição de sentido. Esses dois filmes, pra mim, não me mudaram em nada: saí do cinema (Ou do sofá de casa, no caso do 2°) do mesmo jeito que entrei. De Maria Antonieta eu me lembro de ter gostado, mas faz tempo que vi.

Daí eu me lembro de Gus Vans Sant e de suas também longas tomadas sem mensagem explícita, com a diferença de que estas eu aprecio E entendo melhor, talvez por causa da música erudita que ele põe ao fundo (em contraste com o silêncio chato da Sofia).

Não posso dar menos de 3 Pipocas porque ele me fez rir e algumas cenas são realmente muito boas. Ele provavelmente fala da distância, do tédio e da artificialidade, mas não consigo pensar em outra palavra para descrever aquele final (não me crucifiquem!) do que pseudo-intelectual.

NOTA:

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

83° OSCAR

Na noite de domingo, de 27 pra 28, aconteceu o Oscar. Assisti tendo visto 7 dos indicados a melhor filme. Ontem vi o 127 Horas, que logo logo estará aqui.

AMEI os indicados a melhor canção original terem se apresentado, embora quisesse que o de 127 Horas tivesse ganho. O palco ficou fenomenal, com a orquestra móvel, os degraus de brilhante e as telas em forma de arco. Não tem como não lembrar das espetaculares montagens com os indicados, disponíveis só no site oficial.
O melhor foi o timing: a premiação não foi corrida e não teve muitos intervalos. A participação da Oprah (apresentando com um belíssimo texto a categoria de Melhor Documentário(s)) e daquele coral de crianças no final fizeram lembrar que aquela não era uma "festa fechada", que o Cinema é da sociedade e a sociedade tá no Cinema.

Anne Hathaway estava ótima, muito melhor que eu pensava que ela pudesse ser. Não gostei dela ter trocado de vestido a cada intervalo praticamente (foram 8 ao todo), mas pelo menos eram bonitos. Ela cantando arrasou, enquanto o James Franco estava terrível, com um meio sorriso super trash. O sucesso dela compensou o fracasso dele, exagerando bastante. A Cate Blanchett estava com o melhor vestido de todos, pra mim.



Melhor diretor devia ter ganho o Darren Aronofsky, e melhor Roteiro Original, o Christopher Nolan, por A Origem. O de Melhor Filme foi o que eu "queria". Já sei que o Oscar não é o prêmio mais confiável do mundo MESMO. Eu entendo que deve-se torcer pelo filme que seja mais filme, e não pelo mais tocante. Nesse sentido, O Discurso preenche o requisito muito bem, por arquitetar harmoniosamente todos aspectos da criação de um filme. É melhor produção do que A Rede, por mais que essa diga muito mais sobre nós.

Segue a ordem de minha preferência, lembrando que faltam ainda O Vencedor e Inverno da Alma, mas nenhum faço questão de ver:

2. 127 Horas
5. Toy Story 3
8. Minhas Mães e Meu Pai


O que faltou mesmo foi um discurso bombante. A Natalie e o Colin falaram bem, mas não disseram nada. O melhor foi o do David Seidler, de O Discurso. Quero destacar o do vencedor de Melhor Curta, um jovem feioso que, com sua euforia, nos lembrou de que não é preciso só prática pra vencer um Oscar.

A Zero Hora escreveu que o Oscar foi "chocho". Detonaram a apresentação e disseram que o prêmio, apesar de não ter sido injusto, foi o mais tradicional. Concordo, O Discurso é um filme mais "acadêmico", e sua vitória contrasta com os vencedores dos outros anos, o "fracasso comercial" Hurt Locker e o indiano Slumdog Millionaire. Eu continuo com minha teoria, a do valor político do Oscar: A Rede Social é um filme que já ficou pra história, que as pessoas vão querer ver, como no ano passado foi com Avatar; ele já vai ser rodado em aulas de Computação ou matérias da área e em reportagens sobre nerds: o tema (e, claro, a sua ótima execução) já o consagraram, enquanto O Discurso, indiscutivelmente um ótimo filme, "precisa" de um "empurrão" pra ser assistido massivamente. Ele tem uma mensagem que deve ser ouvida, e a Academia aprova.

Fico satisfeito com a cerimônia, se comparado à pressa estúpida do ano passado.

NOTA:

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Cisne Negro (2010)

É noite de Oscar. Nada melhor do que postar a crítica de um dos indicados a melhor filme.
O filme dessa vez é Cisne Negro, de Darren Aronofsy, mesmo diretor de O Lutador, ótimo filme que deu a Mickey Rourke o Globo de Ouro de melhor ator em 2009.

Cisne Negro é um filme arrebatador. Te deixa preso durante todo o espetáculo. Não vá esperando um filme sobre ballet. É um filme sobre obsessão, loucura e perfeição.

Adoro a visão do Aronofsky. Ele retrata tudo de um jeito tão real, sem filtros ou outros efeitos. Isso dá um aspecto de tudo ser real. Mas como o filme tem boas pitadas de surrealismo, o efeito cru e câmera na mão fica ainda mais perturbador.



O elenco é também perfeito. Natalie Portman fez teve um desempenho de prêmio. Sempre gostei da atuação dela e torço para ela no Oscar. Vincent Cassel faz o diretor da peça e é o cara certo para o papel e Mila Kunis que faz a colega também está muito bem. Definitivamente Aronofsy manda bem em casting.

O ritmo do filme segue um pouco como uma peça de teatro. Começa lento e vai ficando mais rápido, sombrio e procupante. E o final é intenso e apoteótico, como no final de uma grande peça. É um grande filme que pode facilmente ganhar o melhor filme. E marca. Fiquei um tempo depois de assistir pensando em até que ponto a disciplina, a prática e a repetição são saudáveis e sobre a definição de perfeição. Realmente faz pensar.



Por mais estranho que pareça, um filme praticamente perfeito.

NOTA:

E falando de Oscar, vamos falar um pouco no nosso post pré-Oscar.

Na minha opinião a cerimônia vai ser como no ano passado. Não tão divertida. Mas realmente espero que seja melhor. Os apresentadores, James Franco e Anne Hathaway, são certamente bem carismáticos e acho que vão mandar bem.

Sobre os indicados, segue abaixo a minha lista de favoritos para as principais categorias e entre parênteses quem eu acho que deveria ganhar:

MELHOR FILME:
A Rede Social (A Rede Social)

MELHOR ATOR:
Colin Firth - Discurso do Rei (Javier Bardem - Biutiful)

MELHOR ATRIZ:
Natalie Portman - Cisne Negro (Natalie Portman)

MELHOR ATOR COADJUVANTE:
Geoffrey Rush - Discurso do Rei (?)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE:
Amy Adams - O Vencedor (Hailee Steinfeld - Bravura Indômita)

MELHOR DIRETOR:
Coen Brothers - Bravura Indômita (Coen Brothers!)

Acho que A Origem vai levar vários prêmios técnicos e deve levar ainda roteiro Original. Roteiro adaptado acho que fica com O Discurso do Rei.

PS.: O Rodrigo acredita que o melhor filme será O Discurso do Rei.

Boa cerimônia!!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita (2010)

True Grit é Coen, pra início de conversa. Tinha ouvido falar que os irmãos tinham abandonado o seu jeito em favor do western, mas não foi o que vi. Eu nunca ouvi falar do livro nem da versão de 1969 com o John Wayne, nem conheço muito do estilo western, mas o filme me cativou.


Então, o que é o toque Coen? Eu
percebi os seguintes traços: o humor negro que recheia o bolo, com uma violência explícita mas-nem-tanto; os cortes abruptos, os personagens super-bem-desenvolvidos e a sensação, ao final, de que o filme flui, de que não é um espetáculo já que, descompromissadamente, ele está ali pra divertir, sem apelar. Sendo mais específico, acho aquelas tomadas bem centralizadas só da frente da cabeça do personagem filmado bem autorais.

A ótima fotografia contrubui para, ao lado das músicas bem tradicionais, dar o tom de aventura à jornada dos três: LaBoeuf, um Matt Damon que só reconheci na 3ª tomada e não consegue fugir da pose de "garoto loiro de olhos azuis" apesar do bigode; Cogburn, o mercenário bêbado que, interpretado pelo infalível Jeff Bridges, rouba o filme para si; e Mattie Ross, que, aos 14 anos, procura vingar a morte de seu pai (A atriz que a interpreta,

por sinal, tem também 14 anos). Todos atrás do fora-da-lei Tom Chaney, atuado pelo impecável Josh Brolin.

Tudo no filme tem o clima de faroeste, desde os sotaques bem feitos ao minimalismo das cidades e pessoas.

O problema dele é o final. Não o desfecho em si, mas as últimas cenas, que beiram o ordinário, assim como as primeiras linhas, que também podem ser consideradas um erro (Como comparar com o início e fim de No Country For Old Men?)

Tirando isso, é um autêntico western dos Coen, que diverte, acima de tudo. Não vou dizer que éimperdível, mas que quero ter por perto e seguir revendo por um bom tempo. Segue o trailer, que por sinal é quase propaganda enganosa: o filme não tem dessas cenas tocantes, profundas, já vou avisando, o que não é ruim nem bom: uma opção dos diretores por um estilo mais direto.



Ah, e sobre o Cisne Negro: É um dos melhores filmes que vi na minha vida. Já tá no meu Top 10, vi duas vezes no cinema, 5 pipocas sem nenhuma vírgula. Obrigatório ao extremo, não me sinto pronto pra comentar aqui. Vá ver, sem ler nada sobre ele, com a garantia dos Pipocas (O Bruno também viu e amou, talvez ainda escreva algo aqui).

NOTA:

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei (2010)

Fui vê-lo numa sessão de Pré-Estreia no Moinhos, as 22 horas. Pegamos poltronas na 1ª fileira, e preferimos sentar nas escadas do que ficar com torcicolo
...tão cedo da noite.

Colin Firth, o favorito e merecedor ao Oscar de melhor ator, é o Duque de York, irmão do sucessor ao trono da Inglaterra. E ele é gago, bem gago. Helena Bonham Carter faz o papel de sua esposa, ótima como sempre.

Vendo o trailer, tive de cara um medo imenso de que o filme fosse demasiadamente voltado pro seu final: que desde o começo, se esperasse pela cena do discurso. Graças a Deus, ele não comete esse erro, e nem permanece sem direção; em última análise, é um filme de superação, de um homem que luta para se livrar de uma parte sua. As sessões com o Doutor Blandine e seus métodos nada convencionais mas totalmente aprováveis são a sustentação da obra, que no fim, trata da história de como este homem lutou contra a gagueira.

Um amigo comentou que achou as cenas que ilustram a realeza iguais a todos os outros "filmes de rei". Bom, confesso que não esbanjam inovação, mas analisá-la a partir do ponto de vista de alguém que sofre de um problema nitidamente psicológico, que tem suas raízes naquele universo impessoal e frio, isso sim é diferente.
Ele mantém um clima super agradável, com fotografia perfeita e música envolvente. Flui no seu ritmo, sendo ao mesmo tempo engraçado - sem gargalhadas, como o bom humor inglês - e tocante, sem incitar ao choro.

Enquanto produção, na minha opinião ele é melhor que A Rede Social, mas sei que muitos vão gostar mais do segundo por se identificar mais, por falar a língua da juventude. Se a Rede vencer, vai ser como em 2009, quando o Milionário venceu o Benjamin: O Oscar decidiu-se pelo mais "moderno", dinâmico e atual, e não pelo mais grandioso, como seria em 2010 se Avatar tivesse vencido.

NOTA:

Passe Adiante