segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

83° OSCAR

Na noite de domingo, de 27 pra 28, aconteceu o Oscar. Assisti tendo visto 7 dos indicados a melhor filme. Ontem vi o 127 Horas, que logo logo estará aqui.

AMEI os indicados a melhor canção original terem se apresentado, embora quisesse que o de 127 Horas tivesse ganho. O palco ficou fenomenal, com a orquestra móvel, os degraus de brilhante e as telas em forma de arco. Não tem como não lembrar das espetaculares montagens com os indicados, disponíveis só no site oficial.
O melhor foi o timing: a premiação não foi corrida e não teve muitos intervalos. A participação da Oprah (apresentando com um belíssimo texto a categoria de Melhor Documentário(s)) e daquele coral de crianças no final fizeram lembrar que aquela não era uma "festa fechada", que o Cinema é da sociedade e a sociedade tá no Cinema.

Anne Hathaway estava ótima, muito melhor que eu pensava que ela pudesse ser. Não gostei dela ter trocado de vestido a cada intervalo praticamente (foram 8 ao todo), mas pelo menos eram bonitos. Ela cantando arrasou, enquanto o James Franco estava terrível, com um meio sorriso super trash. O sucesso dela compensou o fracasso dele, exagerando bastante. A Cate Blanchett estava com o melhor vestido de todos, pra mim.



Melhor diretor devia ter ganho o Darren Aronofsky, e melhor Roteiro Original, o Christopher Nolan, por A Origem. O de Melhor Filme foi o que eu "queria". Já sei que o Oscar não é o prêmio mais confiável do mundo MESMO. Eu entendo que deve-se torcer pelo filme que seja mais filme, e não pelo mais tocante. Nesse sentido, O Discurso preenche o requisito muito bem, por arquitetar harmoniosamente todos aspectos da criação de um filme. É melhor produção do que A Rede, por mais que essa diga muito mais sobre nós.

Segue a ordem de minha preferência, lembrando que faltam ainda O Vencedor e Inverno da Alma, mas nenhum faço questão de ver:

2. 127 Horas
5. Toy Story 3
8. Minhas Mães e Meu Pai


O que faltou mesmo foi um discurso bombante. A Natalie e o Colin falaram bem, mas não disseram nada. O melhor foi o do David Seidler, de O Discurso. Quero destacar o do vencedor de Melhor Curta, um jovem feioso que, com sua euforia, nos lembrou de que não é preciso só prática pra vencer um Oscar.

A Zero Hora escreveu que o Oscar foi "chocho". Detonaram a apresentação e disseram que o prêmio, apesar de não ter sido injusto, foi o mais tradicional. Concordo, O Discurso é um filme mais "acadêmico", e sua vitória contrasta com os vencedores dos outros anos, o "fracasso comercial" Hurt Locker e o indiano Slumdog Millionaire. Eu continuo com minha teoria, a do valor político do Oscar: A Rede Social é um filme que já ficou pra história, que as pessoas vão querer ver, como no ano passado foi com Avatar; ele já vai ser rodado em aulas de Computação ou matérias da área e em reportagens sobre nerds: o tema (e, claro, a sua ótima execução) já o consagraram, enquanto O Discurso, indiscutivelmente um ótimo filme, "precisa" de um "empurrão" pra ser assistido massivamente. Ele tem uma mensagem que deve ser ouvida, e a Academia aprova.

Fico satisfeito com a cerimônia, se comparado à pressa estúpida do ano passado.

NOTA:

5 Opiniões:

Bruno Oliva Peroni disse...

Boa crítica! Pra mim, a festa foi bem melhor do que no ano passado, mas os resultados foram muito conservadores. Acertei algumas, pelo menos.

Nykollas disse...

Dos que eu assisti:
1º O Discurso do Rei - Uma experiência cinematográfica completa.
2º Cisne Negro - Acho que também, na verdade... só que não provoca o tipo de sensação que eu busco no cinema.
3º A Origem - Boa ideia, se tivesse vindo antes de Matrix teria sido ótima - e talvez tivesse ganho roteiro original. Na prática o filme não foi tão "oh", principalmente porque a história do protagonista só atrapalhou.
4º A Rede Social - Meh. Tenho certeza que depois que eu assistir Bravura Indômita esse aqui vai cair pra quinto. Nada de mais, com certeza, pra quem for do público alvo, deve ter sido interessante, mas para quem não era ou da área da computação - da Área da Computação, não estou falando em qualquer um que se meta a formatar seu próprio pc -, ou de um grupo específico de pessoas que lida com assuntos relacionados a computadores, mas não a ponto de estar familiar com eles o bastante pra não se surpreender com as potencialidades do ramo, o filme realmente não adiciona nada. Não deixa de ser engraçado e divertido de se assistir tomando umas cervejas com a namorada - posso recomendar Miller? -, mas definitivamente não é Oscar.



AAAARGH, Geoffrey Rush, caraaalho!

Rodrigo Oliva Peroni disse...

Ótimo comentário, Nykollas!

Pois é, Cisne Negro é EXATAMENTE o tipo de sensação que eu busco no cinema. Geoffrey Rush, bem lembrado! Só não comentei pq não vi The Fighter, né, assim não posso ficar indignado com o resultado.

PS: Descobri que o Bruce Springsteen e o Elton John votam pra Melhor Filme O.o

Rodrigo Oliva Peroni disse...

E sobre o conservadorismo, que já ouvi tantas vezes falarem, lá vou eu discordando mais uma vez: Lembrem-se que David Fincher inventou toda a história da ex-namorada Priscilla Chan no Rede Social. Eu acho muito mais conservador "a história de um homem que se esforça para chamar a atenção de um velho amor dos tempos de faculdade" do que a de um rei gago. Isso sem contar que uma grande parte daquilo que tanto fascina no Zuckerberg, de ser calculista e não dar a mínima pra ninguém, eu já vi em muitos outros personagens, como no Tony, de Skins, ou no House.

Bruno Oliva Peroni disse...

Mas, Rodrigo, a Rede Social é um filme diferente. É um filme sem muita identidade, totalmente filme. Difícil de explicar. E acho importante porque o filme inspirou muita gente a empreender, inclusive o que vos escreve. Vou ver DIscurso do Rei e depois continuamos o debate ;)

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