quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita (2010)

True Grit é Coen, pra início de conversa. Tinha ouvido falar que os irmãos tinham abandonado o seu jeito em favor do western, mas não foi o que vi. Eu nunca ouvi falar do livro nem da versão de 1969 com o John Wayne, nem conheço muito do estilo western, mas o filme me cativou.


Então, o que é o toque Coen? Eu
percebi os seguintes traços: o humor negro que recheia o bolo, com uma violência explícita mas-nem-tanto; os cortes abruptos, os personagens super-bem-desenvolvidos e a sensação, ao final, de que o filme flui, de que não é um espetáculo já que, descompromissadamente, ele está ali pra divertir, sem apelar. Sendo mais específico, acho aquelas tomadas bem centralizadas só da frente da cabeça do personagem filmado bem autorais.

A ótima fotografia contrubui para, ao lado das músicas bem tradicionais, dar o tom de aventura à jornada dos três: LaBoeuf, um Matt Damon que só reconheci na 3ª tomada e não consegue fugir da pose de "garoto loiro de olhos azuis" apesar do bigode; Cogburn, o mercenário bêbado que, interpretado pelo infalível Jeff Bridges, rouba o filme para si; e Mattie Ross, que, aos 14 anos, procura vingar a morte de seu pai (A atriz que a interpreta,

por sinal, tem também 14 anos). Todos atrás do fora-da-lei Tom Chaney, atuado pelo impecável Josh Brolin.

Tudo no filme tem o clima de faroeste, desde os sotaques bem feitos ao minimalismo das cidades e pessoas.

O problema dele é o final. Não o desfecho em si, mas as últimas cenas, que beiram o ordinário, assim como as primeiras linhas, que também podem ser consideradas um erro (Como comparar com o início e fim de No Country For Old Men?)

Tirando isso, é um autêntico western dos Coen, que diverte, acima de tudo. Não vou dizer que éimperdível, mas que quero ter por perto e seguir revendo por um bom tempo. Segue o trailer, que por sinal é quase propaganda enganosa: o filme não tem dessas cenas tocantes, profundas, já vou avisando, o que não é ruim nem bom: uma opção dos diretores por um estilo mais direto.



Ah, e sobre o Cisne Negro: É um dos melhores filmes que vi na minha vida. Já tá no meu Top 10, vi duas vezes no cinema, 5 pipocas sem nenhuma vírgula. Obrigatório ao extremo, não me sinto pronto pra comentar aqui. Vá ver, sem ler nada sobre ele, com a garantia dos Pipocas (O Bruno também viu e amou, talvez ainda escreva algo aqui).

NOTA:

3 Opiniões:

Rodrigo Oliva Peroni disse...

Ah, e sobre o título brasileiro: Sim, ficou bizarro, mas não achei tão ruim assim.

Nykollas disse...

Bá, o filme dos Coen que eu te sugeri nada né Rodrigo? hauhauhauha
E aí meu irmão, cadê você? Lembra ainda? Continuo esperando pela tua crítica, velho.

Bruno Oliva Peroni disse...

Acabei de ver o filme por aqui. Gostei bastante. É muito bem feito. Trilha sonora ótima, atuações impecáveis. Só que o filme não marca muito. Mas certamente é muito divertido, mas na minha opinião os 2 últimos filmes dos Coen (Onde os Fracos não tem Vez e Queime depois de ler) são melhores do que esse.

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