segunda-feira, 29 de março de 2010

Tá Chovendo Hamburguer (2009)

Cloudy with a chance of meatballs é a animação mais non-sense de sempre. Foi o primeiro filme que assisti em Blu-Ray (A diferença pro DVD é realmente imensa!), o que foi uma ótima pedida. Visualmente, enche os olhos. Quanto ao ritmo, é perfeito. A ideia, ainda que adaptada de um conhecido livro infantil, consegue ser original tendo clichês, já que tudo é satirizado.


É assistir uma panqueca destruindo a escola da pequena cidade de Swallow Falls, numa ilhazinha no Atlântico. Flint Lockwood é o joem-inventor-fracassado que tem essa ideia de acabar com a sina da cidade de consumir toda a sardinha que antes era vendida por uma loja, a "Baby Brent". Ele conhece Sam, a estágiaria-loira-linda que dá a previsão do tempo. Diversos personagens secundários dão um toque único e satírico ao filme, com destaque a Tim, o pai, que tem, ironicamente, uma loja de sardinhas e faz o papel do americano todo quietão, conservador e pragmático.

Uma coisa interessante é que o filme foi feito pela Sony Pictures Animation (Nem Pixar nem DreamWorks), que já fez O Bicho Vai Pegar(Open Season) em 2006 e Tá Dando Onda(Surf's Up) em 2007.

Super agradável, o filme meche com a tua imaginação e, por mais que tenha tudo pra desandar, a receita dá certo no final (Por falar nisso, as piadinhas desse gênero são imperdíveis! Repare no que os personagens FALAM, não só no que está nas legendas - Sempre se perde algo na tradução...). Elele não se preocupa com passar nenhuma mensagem, só em garantir a diversão!

NOTA:

quarta-feira, 17 de março de 2010

Educação (2009)

Depois de muita espera e nem tanta expectativa, Educação chegou aos cinemas porto-alegrenses sexta passada - e sábado lá estavam os irmãos pipoca para mais uma grande prudução do cinema.


De fato é um filme lindo. Não que a fotografia encante ou seja uma daquelas histórias de amor de pôr qualquer romancezinho terreno no chinelo, mas ele te toca especialmente por ser tão subjetivo, tão sensível, tão lírico.

A encantadora Carey Mulligan quase carrega o filme. Ela é Jenny, uma garota de 16 anos que vive numa cidadezinha cinza da Inglaterra, onde estuda num colégio apenas para garotas com uniforme cinza... Sonha com seus tempos de faculdade e em como lerá o que quiser e em como usará as roupas que bem entender. Somando-se essas expectativas à jornada de estudos e dedicação para prestar vestibular para ingressar em Oxford, não tem como não se identificar com a moçinha.

Num dia como qualquer outro (porque os dias são meio iguais mesmo), ela conhece David, um elegante homem mais velho que a leva a conhecer um mundo com cores, música alta e boas sensações. Todos os aspectos técnicos do filme se ajustam à essa nova realidade e aos sentimentos de Jenny. É em como essa relação é vista na sociedade (Família, amigos, colégio e no desajustado Graham) e na vida dos dois que o filme se baseia.

Alfred Molina (o Doctor Octopus do Homem Aranha 2 (2004)) como pai de Jenny demonstra sem exageros a sociedade machista, conservadora e hipócrita.

Mas o mais legal do filme é que nos identificamos com todos os personagens um pouquinho, pois desempenhamos em cada relação os papéis de cada um: somos às vezes a moça sonhadora e entediada; a professora pé-no-chão; o amigo inconveniente; alguém que conhece só o mundo em que está inserido; o sedutor que tira alguém de seu casulo e lhe apresenta ao mundo. É nesse jogo de papéis que Educação mais me marcou, além de não ser um filme moralista. Um ótimo filme para se rever.

NOTA:

domingo, 7 de março de 2010

82° Oscar

Não gostamos. O Oscar foi simplesmente complicado. Alec Baldwin e Steve Martin não agradaram com seu senso de humor. A melhor piada da noite ficou com Ben Stiller e sua maquiagem de Avatar. Falando nisso, esse filme mexeu 1.000.000 de vezes mais conosco do que Guerra ao Terror (detalhe: Bruno não viu o segundo). A dobradinha de Guerra ao Terror foi inadmissível, segundo Rodrigo.

Sabe aquela história de que Oscar não é tudo aquilo? Pois é, não queríamos estar dizendo isso, mas estamos começando a acreditar nela. Para que serve o Oscar se Bastardos Inglórios e Up in the Air não levaram nada?

Mo'nique, então, faz O discurso, dizendo que esse prêmio também é dado por performance e não só por política. E logo depois os homens atrás das cortinas fazem merda repetidamente: eles cortaram muito. Cortaram 1, 2, 3 discursos sem dó. Cortaram o produtor de "O Segredo dos Seus Olhos". E no de melhor documentário, os vencedores levantaram uma faixa escrito "Text GOLPHIN to 44144", provavelmente para fazer uma doação para salvar os golfinhos de que o filme trata. Cortaram. Era só o que me faltava, a 2° coisa que mais me motivava a ver o Oscar não tem tanta importância assim??? Os bons discursos foram: de Sandy Powell como melhor figurino em The Young Victoria; de Cristoph Waltz como melhor ator coadjuvante em Inglorious Basterds; de Mo'Nique como melhor atriz coadjuvante em Preciosa. Mas o melhor foi o de Sandra Bullock que disse tudo sem nervosismo, emocionou e fez rir. Veja todos os discursos aqui.

Jeff Bridges foi aplaudido de pé pela terceira vez em 2010 e os homenageados da noite (três, na verdade): John Hughes (1950 - 2009), filmes de horror e as clássicas homenagens aos falecidos em 2009, dessa vez ao som de "In My Life". Bonito.


Comentários sobre o vencedor:

Bruno: Eu apostava em Guerra ao Terror como Melhor Filme. E acho merecido. Agora a dobradinha surpreendeu todo mundo. Nem os mais renomados críticos acertaram. Certamente, o bolão do Oscar acumulou. A minha prioridade agora é assistí-lo, depois de ter visto O Mensageiro, outro filme com uma temática parecida e que em breve estará no Pipocas.

Rodrigo: Posso mostrar minha teoria? Deram o prêmio a Guerra ao Terror pra que ele não passe despercebido, porque ele não consegue andar por conta própria e precisa de incentivos para se difundir (é só olhar o que aconteceu com o filme no Brasil) e para deixar a marca. Avatar é o contrário: nasceu popular e está aí, o filme com maior bilheteria da história do cinema. Avatar pra melhor filme e Bigelow para diretora e todos teríam saído felizes e justiça teria sido feita.

O comentário do José Wilker, da Globo, após o resultado foi o pior de todos: "Avatar ganhou o prêmio que queria, o da bilheteria. Mas em termos de qualidade, de inovar em relação ao futuro, Guerra ao Terror é superior" (!?). Me poupe.



Para ver a lista de premiados entre aqui.

Nosso prêmios
:

MAIOR DECEPÇÃO DA NOITE: Sem apresentações de melhor música. Um dos principais motivos de se assistir o Oscar era assistir os espetáculos. O mínimo que poderiam ter feito era ter dado o espaço para os vencedores, Ryan Bingham (não o personagem do Up in The Air) e T-Bone Burnett por "The Weary Kind", se apresentarem.

SURPRESA DA NOITE: "Segredo de tus ojos", levando filme estrangeiro e a dobradinha de Guerra ao Terror

MARMELADA DA NOITE: Guerra ao Terror levando Roteiro Original. E o Tarantino??

MELHOR DISCURSO: Sandra Bullock

2 pipocas para o Oscar 2010.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Preciosa (2009)

Preciosa é um filme diferente. Trata sobre uma menina americana de 16 anos, negra, analfabeta e obesa que tem um filho e está grávida do 2º, tem uma mãe que a explora e agride física e verbalmente todos os dias, mas mesmo assim tem forças pra continuar vivendo. Seu nome é Clareece Precious Jones. Muitas vezes ela agradece a Deus por fazer novos dias, para que os finados dias de sofrimento sejam deixados para trás.


A perspectiva de Preciosa é realmente a partir da cabeça dessa menina que tem todos esses problemas, mas mesmo assim tem sonhos. É ela quem conta a história, numa bela narração em primeira pessoa que realmente parece tirada de um livro. Com direito a alucinações em plena luz do dia da vida que Clareece sonha em ter, como uma atriz ou cantora famosa. Talvez tudo isso seja realmente tirado do livro Push, que conta essa dura história, baseada na realidade de diversas meninas do Harlem com a qual a autora teve contato. Essa perspectiva é o que torna o filme tão único e criativo. O filme realmente tem a cara que deveria.

Apenas pelas atuações, que renderam 2 indicações ao Oscar, o filme já vale a pena ser assistido. Seja da própria Preciosa, vivida por Gabourey Sidibe ou por Mo'Nique, favorita ao prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante, que faz a mãe de Preciosa numa atuação sobrehumana. Além disso, tem a beleza e ternura de Paula Patton, que a faz Ms. Rain, a professora da escola alternativa que ajuda Preciosa. Até a Mariah Carey aparece, bem diferente e com uma atuação sincera. Além disso tem a autenticidade, o jeito inusitado do desenrolar da trama e o embalo da uma trilha sonora que realmente parece ter sido tirada do Harlem e cai como uma luva.


Fora a propaganda da Oprah, que também é a principal produtora do filme, existem poucas falhas. Talvez devaneios demais de Clareece que interrompem as cenas fortes como se estivessem amortecendo a realidade. Pode ser uma estratégia de defesa da mente de Preciosa ou uma jogada para deixar o filme mais tragável. O final não é o melhor possível. Talvez repentino e intenso demais para um final. Talvez tenha tirado as 5 Pipocas de preciosa. Mas entendo. Pode não ser o fim ideal de um filme, mas definitivamente é de uma fase de pesadelos na vida de Preciosa.


Indicação a Melhor Filme bem merecida.

Nota:

Passe Adiante