quarta-feira, 17 de março de 2010

Educação (2009)

Depois de muita espera e nem tanta expectativa, Educação chegou aos cinemas porto-alegrenses sexta passada - e sábado lá estavam os irmãos pipoca para mais uma grande prudução do cinema.


De fato é um filme lindo. Não que a fotografia encante ou seja uma daquelas histórias de amor de pôr qualquer romancezinho terreno no chinelo, mas ele te toca especialmente por ser tão subjetivo, tão sensível, tão lírico.

A encantadora Carey Mulligan quase carrega o filme. Ela é Jenny, uma garota de 16 anos que vive numa cidadezinha cinza da Inglaterra, onde estuda num colégio apenas para garotas com uniforme cinza... Sonha com seus tempos de faculdade e em como lerá o que quiser e em como usará as roupas que bem entender. Somando-se essas expectativas à jornada de estudos e dedicação para prestar vestibular para ingressar em Oxford, não tem como não se identificar com a moçinha.

Num dia como qualquer outro (porque os dias são meio iguais mesmo), ela conhece David, um elegante homem mais velho que a leva a conhecer um mundo com cores, música alta e boas sensações. Todos os aspectos técnicos do filme se ajustam à essa nova realidade e aos sentimentos de Jenny. É em como essa relação é vista na sociedade (Família, amigos, colégio e no desajustado Graham) e na vida dos dois que o filme se baseia.

Alfred Molina (o Doctor Octopus do Homem Aranha 2 (2004)) como pai de Jenny demonstra sem exageros a sociedade machista, conservadora e hipócrita.

Mas o mais legal do filme é que nos identificamos com todos os personagens um pouquinho, pois desempenhamos em cada relação os papéis de cada um: somos às vezes a moça sonhadora e entediada; a professora pé-no-chão; o amigo inconveniente; alguém que conhece só o mundo em que está inserido; o sedutor que tira alguém de seu casulo e lhe apresenta ao mundo. É nesse jogo de papéis que Educação mais me marcou, além de não ser um filme moralista. Um ótimo filme para se rever.

NOTA:

12 Opiniões:

Lidi disse...

Nick Hornby é isso!

Bruno Oliva Peroni disse...

Nick Hornby é isso! (2)
Só que eu achei um pouco moralista, sim. :P

V. Carcuchinski disse...

Discordo contigo, Peroni. Achei o filme bem pobre em vários fatores, como na fotografia, que aproveita muito pouco da beleza urbana de Paris e de Londres. E na música, que no começo serviu de gancho para desenrolar a história, e, no final, não era mais nada. Fora isso tem o roteiro, que tem uma boa ideia principal, mas acaba se perdendo na segunda metade do filme. 5~6/10

V. Carcuchinski disse...

ah, e é o Vicente aqui, seu patife!

V. Carcuchinski disse...

Ah, e tu escreveu "mocinha" com "ç"... Sim, sou chato.

Rodrigo Oliva Peroni disse...

Novamente eu enfatizo que Educação é um filme para se ser sentido e não analisado. Claro que há falhas, mas para se apropriar do filme por completo é preciso se deixar emocionar pela história e pelos personagens..

V. Carcuchinski disse...

Fazendo o uso da universalidade subjetiva e da estética kantiana, parto do pressuposto (e do óbvio), que, para se analisar um filme de forma adequada, é PRECISO sentí-lo. Resumindo, eu não tive (nem ninguém das 30 e poucas pessoas da sala do cinema) essa experiência de achar o filme "lindo" e "lírico", mesmo tendo compreendido e sentido a película. Só estou dando a minha opinião.

ROBERTO disse...
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Lucy disse...

adorei o último parágrafo! eu não tinha me dado conta disso, mas é verdade ^^ só não acho que a Jenny tenha carregado o filme sozinha, fora isso, total agreement.

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"Educação é um filme para ser sentido" sim *-* um dia ainda vão me entender quando eu digo que os filmes devem ser sentidos, e não analisados. se não a vida e o cinema viram coisas chatas, imperfeitas e sempre cheias de defeitos.

Rodrigo Oliva Peroni disse...

Na verdade, é a Carey Mulligan que QUASE carrega o filme. È que primeiro se tem que entender que é um filme que nem Juno, sobre um personagem e o mundo como este o vê. A Jenny É o filme.
O que eu me pergunto é: se não fosse a Carey no papel da Jenny? Se fosse alguém +-? Claro que, por ser a principal, o filme sairia bem pior, mas nesse caso sairia muito pior.
E, novamente, QUASE carrega.

Rodrigo Oliva Peroni disse...

Se tu quiser, pode perceber esse comentário como um elogio.
Educação dá o ponto exato em que um ator não carrega o filme. Mais um pouco e ela se tornaria um Jim Carrey em "Yes, man!"; menos um pouco e ela não brilharia tanto.

talvany disse...

Adoro a Inglaterra.

(é tudo que me sobrou pra dizer depois de todos os comentários)

Ah, e Carey Mulligan rules, claro!

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