sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Leitor (2008)

Foi assistir O Leitor no cinema, também no cinema do Aeroporto, meu último recurso para a oportunidade de de ver grandes filmes "na telona".

Eu fui ao cinema com algumas expectativas com relação ao filme, por causa da opinião favorável da crítica. Como eu li alguns artigos a respeito, eu conhecia o enredo do filme. Ou pelo menos, achava.



A característica mais marcante do filme é o seu preciosismo. O filme é irretocável e detalhista ao extremo, lembrando, nesse sentido, Desejo e Reparação. E, ao mesmo tempo, ele consegue ter a força e intensidade para marcar o espectador e deixar uma mensagem. A trilha sonora, a montagem e os diálogos são muito bem encaixados e esculpidos. Provavelmente os críticos-chatos anti-adaptações vão chiar sobre algumas cenas e praguejar dizendo: "o livro é muito melhor". Mas como eu não li, e não sou um desses chatos, gostei.

A atuação da vencedora do Oscar e Globo de Ouro de Melhor Atriz, Kate Winslet é simplesmente perfeita. Ela incorpora a personagem, estrangeira (incluindo sotaque), de um modo sobrehumano. Mesmo ela sendo uma agradável constante nos últimos anos em Hollywood, em O Leitor às vezes se esquece da atriz Kate Winslet e passa-se a ver Hanna Schmitz. Merecidíssimo. Ralph Fiennes, que interpreta o protagonista Michael Berg, não brilha, mas faz uma atuação sólida e convincente.



Os aspectos técnicos, como mencionei, são de altíssimo nível. É um Grande Filme, com letras maiúsculas. A trilha sonora, basicamente composta por músicas eruditas, segue o ritmo da trama, sendo pouco destacada. A edição vai bem, dando sinais sutis do desenrolar da trama. Há como deduzir algumas coisas, mas eu não consegui o fazer.

Talvez o filme peque apenas em sua estrutura. Ele fica tempo demais focando no romance do jovem Michael, e seus encontros sexuais escondidos com Hanna. Resumindo, tem sexo demais. A verdadeira mensagem do filme, ao contrário do que foi divulgado em promoção, ou seja, a parte do filme que o torna passível de destaque não é o romance em si, mas o desenrolar da relação dos personagens ao longo dos anos. Creio que o tempo em cada época foi um pouco mal distribuído, na minha opinião. Senti um pouco de falta nos detalhes da faculdade e das contradições nas aulas de Direito.

Por tudo isso, O Leitor está, de maneira justa, entre os 5 melhores filmes de 2008.

NOTA:

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