quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Última Parada 174 (2008)

Estamos com uma tendência aqui no blog de analisar filmes que já estão em DVD nas locadoras. É um ótimo momento para isso, já que todos os filmes oscarianos ótimos do verão já sairam para alugar. Sugiro a todos pegar um cineminha em casa, porque tem muita coisa boa.

Resolvi alugar A Última Parada 174, filme que o Brasil indicou par
a concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, vencendo de Linha de Passe, um dos maiores concorrentes.



O filme conta a história de Sandro do Nascimento, um morador de rua que decidiu em 2000 sequestrou um ônibus no Rio de Janeiro, em pleno Centro a fim de conseguir dinheiro. Não foi uma boa ideia. No final, por um erro policial, uma passageira que estava grávida foi morta acidentalmente. Sandro foi preso e morreu em condições controversas antes de chegar à prisão.

Por ter essa linha de uma trama dentro da favela, com tráfico de drogas e armas, o filme lembra inevitavelmente o ótimo Cidade de Deus, do mestre Meirelles. Só que esse do Bruno Barreto é bem mais cru e real. Tem cenas quase repugnantes de tão reais.



O que mais interessa em A Última Parada é o estilo narrativo. O filme conta, na verdade, 2 histórias paralelas, de dois meninos, tramas que se entrelaçam com o desenrolar da trama. É bem interessante mesmo, mas um pouco confuso para os desavisados. Ele acerta muito no estilo também, meio sujo, podre, lembrando uma favela mesmo. Sem glamour. E claramente há uma transformação gradual do protagonista, que vai ficando cada vez mais irritado e com sede de vingança com o passar dos minutos.

Mas pra mim, o problema foi focar demais no submundo da favelas e dos guetos brasileiros, mostrando crianças usando drogas pesadas e matando gente. Bruno Barreto abusou demais dessa realidade, deixando tempo de menos para o clímax no ônibus e outras reflexões sobre o Rio ou sobre a situação do menino Sandro.



Recomendo o filme, mas não deixa de ser mais um filme brasileiro sobre favelas, mostrando cruamente tudo o que acontece(u) lá.

Nota:

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