Por causa de um erro de programação, acabei vendo Besouro antes do que outros filmes hollywoodianos que estão em cartaz por aí e que ainda não estão no blog.
Para quem não sabe, Besouro é um filme nacional dirigido por João Daniel Tikhomiroff que trata de um herói capoeirista que surgiu no Recôncavo Baiano em 1924. Manoel Henrique Pereira, o Besouro, realmente existiu e é uma lenda entre os capoeiristas, que o citam em canções até hoje. Ele foi um símbolo da luta a favor da liberação da capoeira e ficou conhecido pelo misticismo envolvendo a sua vida e morte.
O filme realmente brilha quando trata da relação de Besouro com os Orixás. O diretor arrisca muito, pois o filme é cheio de misticismo, ângulos não-convencionais, experiências extra-corpóreas, etc. Para ser um filme mainstream brasileiro (isto quer dizer, grande divulgação e patrocínio) Besouro é muito pioneiro e arriscado.
Outro ponto de ouro do filme é a participação do coreógrafo de O Tigre e o Dragão e Kill Bill, Hiuen Chiu Ku, que mistura as técnicas e movimentos do kung fu com a capoeira. As cenas de luta são espetaculares. Provavelmente, são as melhores cenas de luta do cinema nacional.
O que deixa a desejar no filme é o roteiro. Tecnicamente, o filme é realmente satisfatório e tem muita coisa de revolucionário em Besouro. A trilha sonora é divertida, com participação de Nação Zumbi e Gilberto Gil. Mas o roteiro realmente não convence. Tem algumas inconsistências, é um pouco confuso e por isso reduz a qualidade do filme. Fiquei um pouco desapontado com isso.
A relação dos negros recém-libertados da escravidão com os coronéis aparece como pano de fundo, mas não é aprofundada. Com certeza foi uma escolha do roteirista, mas não sei se foi a mais acertada.
Irei dar 4 pipocas pela ousadia.
Irei dar 4 pipocas pela ousadia.
Vale visitar o site do filme: http://www.besouroofilme.com.br/
2 Opiniões:
E aí Brunão!
Cara, fiquei com a mesma opinião que tu do filme. Cenas excelentas, lutas memoráveis, mas falou aprofundar o roteiro.
Eu, particularmente, achei que o Besouro ficou pouco carismático, sendo um heró recluso que aparece apenas nos piores momentos (fazendo uma comparação ruim, que nem o Ikki nos cavaleiros do zodíaco...).
De fato, um filme bem diferente para o padrão brasileiro, e espero que seja um estímulo à criatividade das produções, mas a história ficou bastante superficial.
Cara, eu fiquei feliz pela iniciativa, de certa forma um filme de "supers" brasileiro, mas não consegui me identificar com o personagem central, o que nesse gênero é muito importante. Achei a tecnica das lutas e filmagem em geral boa, mas pecou um pouco no ritmo e desenvolvimento do personagem central.
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