sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Ensaio Sobre a Cegueira (2008)

Eu e o Bruno vimos este filme na noite de natal, 25. Nos pegou desprevinidos e acabou nos encantando. Pra mim, é um dos três melhores filmes que vi em 2008. (Logo, logo eu ponho o meu top 10 de 2008).


O filme mostra como a sociedade e o ser humano como indivíduo lida com o caos. Tudo começa quando um homem, no meio de uma cidade movimentada, fica cego de repente. A partir daí, uma por uma, as pessoas também vão ficando cegas e são mandadas a um local isolado onde ficam em quarentena. Lá, as faces mais cruas, e cruéis, do ser humano são reveladas à medida que a busca pelo poder e pela força se torna sufocante.

No meio disso tudo, uma das cenas mais lindas criadas em toda a história do cinema: a cena do rádio. Quando você ver o filme, vai entender. A fotografia é singular: tanto branco que em metade do filme, as legendas são escritas em preto. A trilha sonora é diferente de tudo que eu já ouvi e o roteiro, adaptado do livro homônimo de José Saramago, é impressionante. Palmas também ao diretor - brasileiro - Fernando Meirelles. Vale a pena dar uma conferida no blog dele.



Recebem reconhecimento pela atuação magnífica Gael García Bernal, Mark Ruffalo , Julianne Moore e Danny Glover . Alice Braga, nossa brasileira de plantão, que já contracenou com Will Smith em Eu Sou a Lenda, também está bem.

Ah, e para DEPOIS de ver o filme, ver obrigatoriamente esse vídeo, sobre a reação do Saramago ao ver o filme:



Tecnicamente perfeito, é um filme de tirar o fôlego que te faz chorar - de felicidade e de tristeza ao mesmo tempo. Vontade de viver, de sair do cinema enxergando as belas cores que nos rondam, e tristeza, por perceber que dentro de cada ser humano, há uma besta adormecida. Depois de ver o filme, comente o que achou dos nomes dos personagens. Eu amei - todos.

"Intenso, profundo e inovador, Blindness é um filme que vai durar para sempre"
NOTA:

1 Opiniões:

Rafael Souza Barbosa disse...

Quando assisti ao filme, fiquei em dúvida se havia gostado dele ou não. primeiro, como de praxe, fui munido de pré-conceitos negativos em função do filme ter sido rodado em inglês. achei crime de arte: tanto a obra como o diretor falam português e têm laço estreito com o idioma. além disso, achei os cincos primeiros minutos, de como ele fica cego, de péssimo mal gosto e desilusão: não era um começo memorável. contudo, rendi-me ao passo que ele transcorria.
a fotografia e os jogos de luz e sombra ficaram na medida exata, estupendos, assim como a cena do rádio.
no livro, talvez pela ausência de imagem-som, a leitura transcorre com cada cena de choque entre as personagens e as situações ocorrendo com sensações semelhantes: tanto a cena do estupro como a cena da morte do cego ladrão vieram a mim com a mesma força. diria até que isso insensibilizou um pouco, essa leitura de mesmo tom, já que a cena do rádio não me elevou tanto. todavia, no filme, ela foi o grande contraponto. a emoção, a dor, o riso, o alívio e todo o mar de sensações aliados às cores e sons tornaram-na, a meu ver, a consagração do filme - além do memorável que esperava dos cinco primeiros minutos.
enfim, por isso e por mais, diria que é um filme que vale, realmente, ser assistido.

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